No meu retorno de Praga, chegando a Madri, li na revista El Cultural (encarte do jornal El Mundo) sobre o livro IMAGENS DE PRAGA - Retratos de uma Cidade, de autoria do irlandês JOHN BANVILLE.
Como os livros da mesma coleção ( Paris, os passeios de um flaneur e Florença um caso delicado), está longe de poder ser considerado mais um guia de viagem .
O autor salta da biografia à crônica histórica (especialmente em relação aos acontecimentos da primavera de Praga) e daí ao ensaio artístico , centrado basicamente na obra do fotógrafo Josef Sudek .
Não se trata de uma descrição da cidade, mas uma descrição do ambiente espiritual e intelectual que Praga propicia aos que nela nasceram e/ou viveram. Quanto à Praga monumental “en la que las vistas son siempre bastante menos de lo que parecia que seríam “, no que poderia ser mais uma descrição da ponte Carlos , o autor faz uma meditação comovente acerca da natureza essencial de uma ponte : “A ponte define , faz existir. ...A ponte reúne a terra enquanto paisagem em redor do rio”Para nós, desprovidos das divagações intelectuais, a ponte Carlos se atravessa entre empurrões de turistas mal humorados e, é verdade, as vistas são inferiores ao que pareciam ser. A presença de alegres músicos dá uma nota simpática ao lugar.
Segundo Andrés Barba que assina a resenha na revista acima mencionada (traduzo livremente): "Banville adentra na história de Praga não com a frieza do cronista , mas com o interesse com que alguém enamorado se dedica a investigar (ainda que para sua desgraça) o passado da pessoa amada. O melhor que se pode dizer , não é que nos desperta desejo de voltar à Praga , mas algo muito mais inquietante. Lendo- o temos a sensação de que nos agradaria estar nesse momento em Praga , para ler o livro lá".
Não poderia ser mais oportuno lê-lo recém chegada e, como o autor, enamorada de Praga.
Comprei o livro na FNAC do Porto e li durante o vôo. Adorei!!!!
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