
Com muitos anos de atraso, assiti, muito recentemente, ao filme ORLANDO, o que me motivou a ler mais a respeito...
Deparei-me com uma biografia - As mulheres de Virginia Wolf - (de autoria de Vanessa Curtis), concentrada em suas amizades íntimas e inspiradoras com mulheres incomuns, enigmáticas e, ocasionalmente, trágicas, que influenciaram em sua formação De sua tia avó, à fotógrafa Julia Margaret Cameron, à sua mãe são analisadas também as mulheres de sua vida adulta:a artista Dora Carrington, a escritora Katherine Mansfield, a novelista e aristocrata Vita Sackville-West (que serviu de modelo para o personagem Orlando) e a compositora Ethel Smyth.
À Virginia Woolf se deve o tratamento mais sublime que, na literatura, foi dado ao tema da bissexualidade. Em Orlando,a bissexualidade aparece travestida na androgenia do protagonista, que percorre quatro séculos numa busca incessante da sua identidade, primeiro como homem, depois como mulher.
Orlando é o arquétipo da dualidade sexual do ser humano. (Olhando-se no espelho, após se ter metamorfoseado em mulher, diz: «A mesma pessoa. Apenas um sexo diferente.»)
Ao escrever Orlando, Virginia Woolf selou o amor que a uniu a Vita Sackville-West, ofereceu-lhe a sua melhor biografia e deu-lhe a posteridade que foi negada à sua obra, ao imortalizá-la na pequena dedicatória de seu livro.
Extremamente sensível e frágil, mulher talentosa e que amava outras mulheres, em um tempo em que as mulheres tinham pouquíssimos direitos, Virginia Wolf é uma das maiores escritoras de todos os tempos.
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